Dilma gasta R$5 bilhões em programa acusado de ser 'inútil' e 'populista'

Imagem: Reprodução / Visão de Alagoas
Em viagens a todas as regiões, a presidente Dilma Rousseff entregou desde o início de 2013, em média, quatro máquinas por dia a prefeitos de pequenas cidades. 

São retroescavadeiras, motoniveladoras e caminhões- caçamba, doados a municípios de até 50 mil habitantes como parte do PAC Equipamentos, apresentado como uma das vitrines do governo. 

Municípios do semiárido ou em situação de seca recebem ainda um caminhão-pipa e uma pá-niveladora. 


Vídeo ironiza atitudes de Dilma perante os problemas do país

Com investimento de R$ 5 bilhões, a meta do governo é entregar 18 mil máquinas durante o mandato de Dilma --11.799 foram entregues até a semana passada. 

A entrega dessa frota já motivou ao menos 20 viagens da presidente de janeiro de 2013 até a semana passada. Dilma entregou pessoalmente um total de 1.657 veículos. 

Em muitos casos, as entregas se transformam em atos políticos onde, ao lado de ministros e governadores, a presidente entrega pessoalmente as chaves aos prefeitos. 

Na última segunda, 92 prefeitos mineiros fizeram fila em Governador Valadares (MG) para subir ao palanque e posar para fotos com a presidente petista. Aproveitaram os poucos segundos ao lado da candidata à reeleição para fazer outros pedidos em "audiências-relâmpago". 

A ação é propagandeada pelo governo federal como ajuda às pequenas cidades, para que possam melhorar a infraestrutura, recuperar estradas vicinais e garantir o escoamento de produção. 

Em troca, as prefeituras devem arcar com os custos de manutenção das máquinas e os salários dos operadores. 

Críticos do programa afirmam que os prefeitos terão dificuldade de manter o maquinário. "A presidente sai de Estado em Estado entregando coisas que não foram solicitadas pelos prefeitos nem são aquilo que esses municípios querem", diz o senador Agripino Maia (DEM-RN). Ele diz ter ouvido prefeitos dizendo que, se pudessem, venderiam os equipamentos para comprar uma perfuratriz para construir poços artesianos. 

Já o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), diz que, sem o programa, os prefeitos não teriam recursos para adquirir equipamentos para manter as estradas: "No Paraná teve um impacto brutal. As máquinas só não foram mais celebradas pelos municípios do que a chegada dos médicos cubanos", diz. 

O PAC Equipamentos é alvo de investigação da Controladoria-Geral da União por falta de fiscalização e falta de capacitação dos operadores. 

Ademais, o programa vem sendo acusado de ser "inútil" e "populista", de modo a acalmar os ânimos de prefeitos sem objetivo íntegro de atender as necessidades da população.

Diógenes Campanha e Patrícia Britto
Folha de S. Paulo

Editado por Política na Rede

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